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SOLUÇÃO DO PROBLEMA É MAIS SIMPLES DO QUE PARECE
Terça-Feira, 24 de Março de 2015

Um bom cronista sempre enriquece o conteúdo de um veículo de comunicação. No caso do Análise em Foco, que entrega a seus internautas conteúdo editorialmente rico e consistente desde que entrou na Web, a chegada do colunista Thomas Madrigano representou este up grade tão perseguido e ao mesmo tempo tão difícil de ser obtido, pela natureza incomum da habilidade.


Na última atualização de Parabólica, o colunista do AeF usa seus personagens e sua capacidade de explorá-los no campo da ficção para tratar, através de uma crônica, de um tema que costuma atrair pouca atenção mas que pode ser decisivo em nossas vidas: o orgulho.


Orgulho próprio, como se sabe, é fundamental para termos auto-estima. Sem ele, você padece de um mal aniquilador, que é a falta de confiança em si mesmo. Em excesso, no entanto, o orgulho pode prejudicar ainda mais, por levar você a situações extremas, tanto no campo psicológico quanto na esfera do mundo real.


Exemplo


Tomemos como exemplo o PT e seus próceres do primeiro escalão. Você já parou para pensar na quantidade de problemas que estariam sendo evitados (para eles e para o país) se o partido e seus mentores viessem a público para reconhecer seus erros, pedir desculpas e anunciar uma revisão de conduta? Se alguém da legenda tivesse a coragem e o desprendimento de dizer:


– Nós sabemos que erramos, estamos arrependidos e vamos trabalhar para rever nossas atitudes.


Se isso acontecesse, possivelmente as coisas estariam bem menos vermelhas, ou melhor, bem menos pretas para o partido que governa o país há mais de 12 anos – e para os cidadãos brasileiros, já que os reflexos da instabilidade política na economia são perceptíveis. Boa parte do ranço que a sociedade mostra hoje em relação ao PT seria dirimida com a postura nobre de quem reconhece o erro e demonstra arrependimento. Afinal, o que mais vem irritando a quem tem vergonha na cara e juízo no lugar é o cinismo das lideranças petistas. É a cara de pau de quem está com a boca cheia de penas mas insiste em dizer que sequer viu as galinhas levadas do galinheiro. Errar é humano, mas insistir no erro é burrice, já diria o ditado popular. Noutros casos, pode ser pura maldade.


Corda Bamba


A própria Dilma Rousseff, que até agora vai se sustentando na corda bamba única e exclusivamente por méritos próprios – a postura equilibrada da presidenta tem sido seu grande atributo até o momento, diante das circunstâncias –, teria a vida muito facilitada se os “companheiros†e correligionários mostrassem algum peso na consciência ou alguma disposição de falar mais aberta e transparentemente com a sociedade. Dilma poderia fazer isso ela mesma, e às vezes chega até a demonstrar alguma propensão a fazê-lo, mas possivelmente as forças ocultas do partido a impeçam.


E por que o PT não faz esse gesto tão nobre e auspicioso, de demonstrar arrependimento? Difícil saber ao certo, mas uma das possibilidades é de que o orgulho o impeça de agir assim. Afinal, medo da Justiça, com os mensaleiros sendo premiados por indultos permanentes e o julgamento do Petrolão ficando a cargo do ministro Dias Toffoli, é que não deve ser, cá entre nós.




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