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AUMENTAR IMPOSTO É IDEIA SEM PÉ NEM CABEÇA
Sexta-Feira, 09 de Outubro de 2015

Há poucos dias o Análise em Foco publicou, na página Capital de
Giro
, conteúdo opinativo em que sugere ao ministro Joaquim Levy que vá cobrar “um
pouquinho a mais de imposto
†de seus colegas magnatas do sistema financeiro – só os três maiores bancos do país lucram, juntos, R$ 40 bilhões no ano passado. Afinal, pelo que se pode perceber, a crise atinge apenas quem trabalha e produz. Quem
cuida da tesouraria está em situação bem mais favorável.

O desabafo, agora, é do presidente da Federação do Comércio de
Bens e Serviços de Santa Catarina
(Fecomércio/SC) e diretor-secretário da
Confederação Nacional do Comércio, Bruno Breitahaupt, que aproveitou
reunião do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina com o
Fórum Parlamentar Catarinense (grupo que reúne deputados federais e senadores
catarinenses
) para reforçar um recado que é de toda sociedade brasileira:

– Chegou o momento em que precisamos rever o tamanho do Estado.
Nós temos hoje uma carga tributária que chega a 40% do PIB. Não existem
condições de suportar nenhum aumento de impostos. Caso a PEC da nova CPMF seja
aprovada, será retirado R$1,3 bilhão de circulação apenas em Santa Catarina. O
modelo de gestão do país precisa ser revisto para aumentar produtividade e competitividade da nossa economia.

Pois Breitahaupt este coberto com toda a razão do mundo e mais um
pouco. O
AeF, aliás (assim como diferentes segmentos da sociedade brasileira),
vem batendo nessa tecla há muito tempo. Sem uma reforma administrativa profunda,
que reinvente a máquina pública no país, é inadmissível tolerar qualquer
aumento de carga tributária. Paga-se imposto demais já, para uma nação que joga
o suado dinheiro de seu povo fora pelo ralo da corrupção, da ineficiência e da
burocracia
.

Legitimidade

O comércio e a prestação de serviços são setores com bastante
legitimidade para se manifestar nesta hora, pois têm uma composição bem capilar
e geram empregos em diferentes escalas de intensidade. Existem grande redes com
centenas ou milhares de funcionários, mas também pequenos estabelecimentos, que
dão oportunidade para três, quatro ou cinco colaboradores apenas, além do próprio empreendedor. Estão presentes em todos os
nichos e estratos sociais, sem discriminar raça, religião, orientação sexual,
posicionamento social ou cor
. Daí a preocupação do presidente da Fecomércio em
Santa Catarina e a importância de seu posicionamento.

Vale lembrar do posicionamento de outra figura de relevo no
plano nacional, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), do Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp), do Serviço
Social da Indústria
(Sesi-SP), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(Senai-SP), do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae). Paulo Skaf também é 1º vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além disso, é
filiado ao PMDB, partido do vice-presidente da República. Quer saber o que Skaf
pensa sobre a volta da CPMF? Pesquise no Google e encontre facilmente a
resposta. Até propaganda televisiva de inserção nacional ele já fez contra a
volta do imposto.

Mas não são apenas líderes patronais a entoar o coro do “fora CPMFâ€. Recentemente
um movimento organizado por centrais sindicais e entidades ligadas à causa
trabalhista também manifestou-se contra a volta do imposto.

Desfaçatez

É mais do que evidente a desfaçatez de uma proposta como
esta. Diante do quadro de desgovernança e irresponsabilidade que assola a
administração pública do país, querer cobrar mais imposto do contribuinte é
como pedir aumento de mesada aos pais com o boletim da escola cheio de nota
ruim. É conversa sem pé nem cabeça, como diriam as vovós desse Brasil.

Cabe agora a demais entidades representativas e ao povo brasileiro
erguer a voz para dizer não à CPMF e a qualquer novo imposto que venha a tirar
dinheiro do bolso do trabalhados e das empresas para levá-lo ao bolso de
empreiteiros e políticos. Chega, definitivamente, chega, ninguém aguenta mais
esta situação descabida e surreal até.




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