Preliminarmente, parabéns ao AEF pelo Editorial de 08 do mês corrente (clique aqui e confira), abordando o espinhoso tema do aumento (abusivo, indevido e extorsivo) da gasolina. Realmente, a foto que ilustra o referido texto (reproduzida ao lado) expressa cristalinamente o que representa a sociedade brasileira aos olhos da politicalha corrupta: um bando de palhaços.
Nada obstante, sou forçado a fazer um sério reparo ao tema, para o que me sirvo de uma questão mais do que velha, surrada: quem elege essa politicalha corrupta? A própria sociedade que hoje reclama. Ademais de ser um escancarado contra-senso, se reveste de traços claramente paradoxais ao extremo. Reclamar e consentir? Nada mais absurdo e descabido. Afinal, quem cala consente e quem vota mal merece sofrer por sua leviandade cidadã.
Essa massa ignara e alienada que vota em troca de favores, desde os mais insignificantes até aqueles de elevada monta, deveria ser penalizada severamente, ademais de isolada socialmente. São indivÃduos que mal sabem discernir entre o certo e o errado, cujas visões não ultrapassam o limite dos seus narizes. São indivÃduos que "curtem" futebol, carnaval, cerveja, cachaça, novelas, mas que em nada se interessam no tocante aos rumos da polÃtica nacional, bem ao estilo de "polÃtica? tô fora!". Esses são os mesmos indivÃduos que hoje tumultuam as vias urbanas e rodovias, graças à politicalha torpe e espúria do populismo barato.
Não precisa dizer mais nada, pois é auto-explicável. É uma massa que não pensa, que possui talvez um par de neurônios: um para acordar e outro para dormir. O resto foi queimado pela cachaça diuturna.
E em quanto essa massa existir, persistirão os desmandos que, historicamente, assolam nosso paÃs. O combustÃvel, como bem frisado pelo editorial do AEF, é apenas "a ponta do iceberg", cuja larguÃssima base submersa congrega um indizÃvel conjunto de safadezas sem-fim; ao contrário, com o passar do tempo, elas se sofisticam na medida em que o povo vai absorvendo, gradativamente, tais práticas como sendo "usuais e rotineiras". Algo como "usos e costumes" da polÃtica brasileira e de uma sociedade alienada - aliás, desde as hediondas capitanias hereditárias do Brasil-colônia.
Destarte, a afronta social diz apenas respeito à minoria conscientizada das mazelas causadas por essa polÃtica canalha, o que significa dizer que tais desmandos tendem a persistir e a se perpetuar, "ad infinitum", ou enquanto aquelas massas alienadas não se aculturarem e assumirem o verdadeiro papel de cidadãos - que hoje, definitivamente, não o são.
Assim pensando, sou forçado a posicionar-me a favor do aumento de combustÃveis: quanto mais, melhor. Quem sabe isso consiga inibir e até tirar das ruas e rodovias alguns veÃculos, atrás de cujos volantes encontram-se indivÃduos que mal sabem discernir e que nada sabem sobre condução educada, inteligente e civilizada. Aumento neles, portanto!
Por Juan I. Koffler Añazco, cientista jurÃdico-social