Análise em Foco > Personalidade
O PROBLEMA EXISTE, MAS SOCIEDADE TEM PARTE DA CULPA
Segunda-Feira, 16 de Maio de 2011

Preliminarmente, parabéns ao AEF pelo Editorial de 08 do mês corrente (clique aqui e confira), abordando o espinhoso tema do aumento (abusivo, indevido e extorsivo) da gasolina. Realmente, a foto que ilustra o referido texto (reproduzida ao lado) expressa cristalinamente o que representa a sociedade brasileira aos olhos da politicalha corrupta: um bando de palhaços.


Nada obstante, sou forçado a fazer um sério reparo ao tema, para o que me sirvo de uma questão mais do que velha, surrada: quem elege essa politicalha corrupta? A própria sociedade que hoje reclama. Ademais de ser um escancarado contra-senso, se reveste de traços claramente paradoxais ao extremo. Reclamar e consentir? Nada mais absurdo e descabido. Afinal, quem cala consente e quem vota mal merece sofrer por sua leviandade cidadã.


Essa massa ignara e alienada que vota em troca de favores, desde os mais insignificantes até aqueles de elevada monta, deveria ser penalizada severamente, ademais de isolada socialmente. São indivíduos que mal sabem discernir entre o certo e o errado, cujas visões não ultrapassam o limite dos seus narizes. São indivíduos que "curtem" futebol, carnaval, cerveja, cachaça, novelas, mas que em nada se interessam no tocante aos rumos da política nacional, bem ao estilo de "política? tô fora!". Esses são os mesmos indivíduos que hoje tumultuam as vias urbanas e rodovias, graças à politicalha torpe e espúria do populismo barato.


Não precisa dizer mais nada, pois é auto-explicável. É uma massa que não pensa, que possui talvez um par de neurônios: um para acordar e outro para dormir. O resto foi queimado pela cachaça diuturna.


E em quanto essa massa existir, persistirão os desmandos que, historicamente, assolam nosso país. O combustível, como bem frisado pelo editorial do AEF, é apenas "a ponta do iceberg", cuja larguíssima base submersa congrega um indizível conjunto de safadezas sem-fim; ao contrário, com o passar do tempo, elas se sofisticam na medida em que o povo vai absorvendo, gradativamente, tais práticas como sendo "usuais e rotineiras". Algo como "usos e costumes" da política brasileira e de uma sociedade alienada - aliás, desde as hediondas capitanias hereditárias do Brasil-colônia.


Destarte, a afronta social diz apenas respeito à minoria conscientizada das mazelas causadas por essa política canalha, o que significa dizer que tais desmandos tendem a persistir e a se perpetuar, "ad infinitum", ou enquanto aquelas massas alienadas não se aculturarem e assumirem o verdadeiro papel de cidadãos - que hoje, definitivamente, não o são.


Assim pensando,  sou forçado a posicionar-me a favor do aumento de combustíveis: quanto mais, melhor. Quem sabe isso consiga inibir e até tirar das ruas e rodovias alguns veículos, atrás de cujos volantes encontram-se indivíduos que mal sabem discernir e que nada sabem sobre condução educada, inteligente e civilizada. Aumento neles, portanto!


Por Juan I. Koffler Añazco, cientista jurídico-social




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