O sonho de Souza agora é encontrar o proprietário do imóvel para sugerir-lhe que o autorize a mandar uma carta para o Programa do Gugu – o apresentador da TV Record comanda um quadro em que a reconstrução de imóveis é atração.
Bastante à vontade na casa da Itoupavazinha, Souza mostra cada cômodo da sua nova morada ao visitante, gentil e cordialmente. O convite para habitar o local teria partido do proprietário de um terreno adjacente ao imóvel abandonado.
Com um pé direito altÃssimo, superior a três metros, o casarão tem paredes enormes, algumas cuidadosa e meticulosamente revestidas com papel de parede riquÃssimo em detalhes, remetendo a um tipo de decoração muito comum na Europa até o século 19. O teto, em um dos quartos, parece até obra de arte. No hall de entrada, tábuas de canela preta com quase um metro de largura e imunes à ação de qualquer cupim, pela rigidez da composição, sugerem o tamanho das árvores que foram derrubadas para virar piso no imóvel. Uma escada frondosa leva ao segundo pavimento, que tem paredes de concreto e chão de madeira, dividido em quartos e águas-furtadas.
A vizinhança parece aprovar a presença de Souza no local, pois certamente o imóvel estaria ocupado por pessoas de pior estirpe caso ele não estivesse ali – a tarefa de dominar o território está sendo divida com três cachorros mal encarados.
Em uma horta que está fazendo a enxadadas, o novo morador da Frederico Jensen pretende plantar hortaliças. Com uma máquina de roçar, está derrubando o matagal dos fundos, que, segundo ele, servia de camuflagem a usuários de drogas. O maior desafio, contudo, é recuperar a sustentação do telhado, que rompeu em alguns pontos e ameaça ruir.