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TUCANO SUGERE INGRESSO DO PSD EM ALIANÇA IMINENTE, SEGUNDO ELE
Segunda-Feira, 21 de Novembro de 2011

Ele surgiu com a força de um fenômeno. Na última eleição para vereador, fez 6.352 mil votos e sagrou-se o segundo parlamentar mais votado da história das eleições municipais. Em seguida, dividiu a Tríplice Aliança – PSD, PMDB e PSDB – no município, com uma pré-candidatura a prefeito que ganhou eco nas ruas (chegando a liderar pesquisa recente) e fez seu partido, o PSDB, brilhar os olhos ao olhar para a Praça Victor Konder, sonhando com o poder que nunca teve na terra do Dr. Hermann Brunno Otto Blumenau.


Ele assumiu a presidência do partido no início deste ano, para solidificar ainda mais sua pré-candidatura a prefeito e encabeçar as conversas com outras legendas, em busca de eventual aliança em torno de seu nome.


– Podemos até construir uma nova Tríplice Aliança (PSDB, DEM, PMDB/PP), as conversas estão em curso – especula o vereador Jens Juergen Mantau, colega de partido e de legislatura do pré-candidato do PSDB à prefeitura de Blumenau.


Ele está com fome de voto e sem medo de encarar as urnas. Chamou para si a responsabilidade, pediu a bola e saiu para o jogo. Agora vai ter que mostrar talento para atender à expectativa gerada na torcida, sob pena de causar enorme frustração na massa.


Ele é Napoleão Bernardes Neto, que deu a seguinte entrevista (a primeira de uma série exclusiva com pré-candidatos a prefeito) para o Análise em Foco:          


Análise em Foco - Ainda existe a possibilidade do Sr. sair como vice de Jean Kuhlmann (PSD), para ser, depois, candidato único da Tríplice Aliança (PSD, PMDB, PSDB) na proporcional?


Napoleão Bernardes: A possibilidade de eu vir a ser indicado candidato a vice do Deputado Jean é exatamente a mesma de ele vir a ser indicado vice em uma chapa eventualmente encabeçada por mim. Os cenários eleitorais só serão definidos nas convenções partidárias, as quais, por força da legislação eleitoral, ocorrerão em junho de 2012. Portanto, não há nomes em disputa neste momento. O que existe nesta fase do processo eleitoral é a conversação entre as lideranças e os partidos políticos tendo em vista possíveis alianças para o pleito do ano que vem.


AEF - É verdade que a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Blumenau chegou a ser oferecida ao Sr. como contra-partida a eventual declínio da candidatura a prefeito? Por que não aceitou?


Bernardes: Fui sondado no período de composição do colegiado do Governador Raimundo Colombo sobre a possibilidade de vir a assumir a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e a Secretaria de Estado da Cultura, Esporte e Turismo. Mas em nenhum momento essas sondagens foram vinculadas às eleições de 2012. Declinei da possibilidade de assumir uma Secretaria de Estado para continuar exercendo o mandato parlamentar, em defesa dos interesses públicos de Blumenau e do Vale. Numa Secretaria, a minha atuação seria dividida por todo o estado. E a minha proposta é de trabalho integral por Blumenau e pelo Vale. Além disso, caso aceitasse exercer a atividade em uma Secretaria, deveria me desincompatibilizar seis meses antes da eleição do ano que vem, o que não permitiria a formulação e execução de políticas públicas de médio e longo prazo. Entendi, assim, que aceitar o cargo seria um desserviço à comunidade de Blumenau e do Vale, a qual represento.


AEF - O que tanto motiva o Sr. e o PSDB a deixar a Tríplice Aliança para lançar candidatura própria a prefeito?


Bernardes: Todo partido sonha com a candidatura à prefeito. Todo partido existe para construir, com a sua militância, com a comunidade em que está envolvido, um projeto para tornar sua cidade cada vez melhor, mais feliz, com mais e melhores oportunidades para todos. Todo partido, toda liderança, tem o sonho de servir a sua cidade, de contribuir com seu desenvolvimento em todos os aspectos, humano, social, econômico. Com relação ao PSDB, não é diferente. É esse ideal que move o PSDB. No meu entendimento, em uma eleição com cenário de dois turnos, é salutar para a cidade, é saudável para o processo democrático, que cada partido lance a sua candidatura, apresente as suas idéias, a sua visão de cidade. Mas nada impede a formulação de uma nova aliança. O PSDB está com conversações avançadas com PMDB, DEM e PP. Todos estes partidos, nas eleições recentes, já apoiaram ou apóiam o PSD (partido do prefeito João Paulo Kleinübing e do governador Raimundo Colombo), em nível municipal e estadual. Portanto, a manutenção da aliança é plenamente possível.  Só depende do PSD apoiar este projeto.


AEF - Desde quando sonha em ser prefeito?


Bernardes: Desde muito cedo nutro o sonho pela vida pública como uma questão de vocação. Tanto é que, com 15 anos, tão logo eu vislumbrei que com a idade mínima de 16 anos já se poderia fazer a filiação partidária, eu passei a estudar os partidos, os programas e as ideologias partidárias, para que no primeiro momento possível, com o título de eleitor na mão, eu procurasse, conscientemente, o PSDB para me filiar, pela sua ideologia, pelo seu programa. Minha filiação foi por convicção, por um chamado de vocação, não por conveniência ou oportunidade.


AEF - Como presidente do partido e pré-candidato, o Sr. não teme que a decisão pela candidatura própria possa ter caráter mais individual do que coletivo?


Bernardes: Nenhuma decisão minha na vida pública vai ter caráter individual, nem vai ser fruto de uma motivação pessoal. Eu respeito as maiorias, eu respeito a decisão democrática, eu respeito os órgãos de deliberação. Em relação a uma decisão acerca de candidatura, o órgão competente para esta deliberação é a Convenção Municipal do partido, ao qual eu sou subordinado. É a Convenção Municipal do partido, portanto, que deliberará se o PSDB vai ter candidatura própria ou se comporá um arco de alianças. Não haverá em nenhum momento uma decisão pessoal do presidente, haverá uma decisão colegiada, tomada pela Convenção do partido, que é o órgão soberano, instituído pelo estatuto do PSDB, para essa decisão.  Mas o clima no PSDB é de lançamento de candidato a prefeito. É um clima que beira a unanimidade. 100% da bancada de vereadores deseja a candidatura à prefeito. A totalidade dos pré-candidatos a vereador quer candidatura à prefeito. Entre o Diretório e o Conselho Político do PSDB o sentimento e o desejo são os mesmos. Aliás, este desejo e este sentimento também é compartilhado por todo o PSDB de Santa Catarina. Não há uma única liderança do partido em todo o estado que não defenda com entusiasmo e vigor a candidatura do PSDB em Blumenau.


AEF - O atual governo vive uma fase auspiciosa em Blumenau, com obras importantes sendo realizadas, uma relação de sintonia com a classe produtiva e o governo do Estado a seu lado. É plausível pressupor, portanto, que o candidato da situação chegue com bastante fôlego ao pleito de 2012. Vale a pena encarar uma disputa nestas condições? O risco de uma “fritura†não é eminente?


Bernardes: Toda decisão partidária deve ser movida por ideais, por valores. Entendo que não são corretas as decisões só pragmáticas, ou só visando ao resultado eleitoral. Então eu defendo a construção de um projeto de cidade, a ser defendido pelo PSDB e seus aliados. Volto à tese de que em uma eleição de dois turnos é natural, é desejável, é muito pertinente que cada partido lance sua candidatura, para que possa expor o seu conjunto de valores, seu conjunto de ideais, faça a defesa da cidade que se sonha, que se pretende construir. Então, nesse, sentido, toda a candidatura movida por interesse público, toda candidatura movida pelo desejo de tornar o processo eleitoral saudável, oportunizando ao eleitor o seu direito de escolha, toda esta decisão é sempre válida e não deve oferecer receio.  Mas, como disse, PSDB, PMDB, PP e DEM, todos já apoiaram ou apóiam os governos do PSD em nível estadual e municipal. Logo, a aliança é plenamente possível de ser mantida. Basta o PSD apoiar este projeto, retribuindo os apoios que constantemente têm recebido destes partidos.


PRÉ-CANDIDATURAS EM FOCO


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Análise em Foco, a tradução da notícia.




 




 




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