Análise em Foco > Personalidade
ELES PODERÃO AJUDAR A DECIDIR A PRÓXIMA ELEIÇÃO
Domingo, 25 de Março de 2012

OPINIÃO DO ANÃLISE


Muito se tem discutido, em Blumenau, sobre o racha da Tríplice Aliança (PSD, PMDB e PSDB) e a polaridade que colocou Jean Jackson Kuhlmann (PSD) e Napoleão Bernardes Neto (PSDB) em lados opostos do ringue pré-eleitoral. Para alguns, a candidatura de Bernardes é líquida e certa, enquanto para outros ele até pode sair como vice de Kuhlmann (sim, ainda existe quem acredite nisso, por mais incrível que possa parecer - clique aqui e confira).


Existem outras figuras, contudo, que têm passado às margens do debate pré-eleitoral mas que poderão ter força decisiva nesta eleição. Donos de um número significativo de votos nas três últimas eleições para deputado estadual (confira quadro abaixo), são nomes cuja densidade eleitoral pode fazer a balança mudar de lado no cenário de muita competitividade que se vislumbra para outubro, em Blumenau. Todos ficaram acima dos 10 mil votos (entre os eleitores blumenauenses) desde 2002, na proporcional, e, pela regularidade de suas votações, seria plausível pressupor que tenham eleitores fiéis.  


Pela lógica cartesiana e pela ordem natural dos fatos, Cezar Cim (PP) estaria mais para a oposição, enquanto Edson Brunsfeld (PR) e Ismael Santos (PSD) devem estar com o PSD de Jean Jackson Kuhlmann nesta eleição, o que daria ao social-democrático a perspectiva de um reforço mais substantivo para as urnas*. Na política, contudo, sabe-se que lógica e razão nem sempre são determinantes para o desfecho de um movimento, então tais conjecturas ficam ainda no campo da suposição. Nem mesmo eventual apoio do PP a Kuhlmann pode ser plenamente descartado até o momento, à despeito de todas as rixas que marcaram a relação entre o xerife da legenda (deputado federal João Pizzolatti) e o governo do PSD em Blumenau*.


Santos, por exemplo, foi eleito a primeira vez (para vereador) em 1998, justamente pelo PSDB do hoje rival Napoleão Bernardes. Cim, por sua vez, já esteve na situação, depois mudou de lado e reforçou as trincheiras de oposição até recentemente, militando pelo antigo partido, o PDT – onde deixou laços de amizade através de seu eterno assessor, Roberto Oscar Pedroso da Luz. Já Brunsfeld é fiel escudeiro de João Paulo Kleinübing (PSD) desde 2004 e deixou o ex-partido, o PP, justamente para manter-se fiel ao prefeito, mas nunca é demais lembrar que a corrente partidária de Kuhlmann no PSD não é necessariamente a mesma de Kleinübing.


No tabuleiro do xadrez eleitoral, Santos, Brunsfeld e Cim poderão ter a importância de uma torre, de um bispo e de um cavalo em 2012. Peças que, a partir de certo momento do jogo, quando o número de peões fica reduzido, permitem jogadas em profundidade e estratégias mais ousadas de ataque ao adversário. Peças que permitem encurralar o rei mais facilmente e dar um xeque-mate com mais rapidez e tranquilidade.


Caso as conjecturas que hoje se estabelecem no campo das suposições sejam transportadas para o plano do real, dentro de algumas semanas, o bloco de situação teria mais um saldo em Blumenau, enquanto a oposição acumularia novo déficit*. Um movimento que reforçaria a pré-candidatura de Ana Paula Lima (PT) como lastro oposicionista e poderia enfraquecer o nome de Napoleão Bernardes como uma opção de terceira via*. Isso tudo teoricamente, claro, pois a cabeça do eleitor é igual a paixão desenfreada de verão: guia-se pela emoção, não pela razão.


O que não resta dúvida é que a partida vai ser emocionante e boa de assistir, com a decisão, provavelmente, ocorrendo aos 48 do segundo tempo. Sucesso a todos os jogadores, portanto, pois, se fizerem um bom jogo, quem ganha é o eleitor, que terá boas opções para decidir por quem irá torcer. E a democracia, que sempre agradece à pluralidade ideológica.


Juízo, senhores, e tentem colocar o interesse coletivo acima do individual – se é que conseguem fazer isso.


Trechos alterados após a publicação, para fins de correção e adequação de conteúdo  




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