Nesta terça-feira, o governo federal anunciou medidas de incentivo à indústria nacional (confira na página Capital de Giro). São iniciativas que, pontualmente, darão algum oxigênio extra para as empresas brasileiras, assoladas pelo franco processo de desindustrialização da economia verde e amarela. Sufocados pela competitividade asiática e pelos efeitos nocivos do Custo Brasil (Juros, carga tributária e câmbio), os empresários brasileiros começaram o botar a lÃngua de fora faz tempo. Sem ajuda do Erário, certamente não chegam ao final de uma corrida em que os adversários do “olhinho puxado†já abriram uma frente quase irreversÃvel. Ultrapassá-los já não dá mais, o negócio agora é tentar reduzir a distância e chegar ao fim da prova em pé, pelo menos.
O grande problema daquilo que deveria ser uma grande solução, no entanto, é justamente a sua pontualidade. São mecanismos administrativos que não se sustentam no longo prazo, que não estão apoiados sobre bases estruturais sólidas, que não dão à s empresas a oportunidade de fazer um planejamento plurianual. O que é hoje, pode não ser mais amanhã. Basta o governo ficar sem dinheiro para pagar suas dÃvidas que o afrouxo financeiro e tributário imediatamente será revisto, possivelmente até apertado.
O que o Brasil precisa de fato é de uma reforma administrativa e polÃtica profunda. Precisa mudar paradigmas, não apenas conceitos. É preciso reduzir o tamanho do Estado, enxugar a máquina administrativa, rever o Pacto Federativo, descentralizar impostos, moralizar a vida pública. O resto é balela, é puro pacote, rótulo bonito para embalar produto defeituoso e enganar o consumidor – ou o eleitor, em época de eleição, como agora. São os “pacotões do Deus me livreâ€, como já estamos acostumados a ver no paÃs.
Assim como uma droga, aliviam a dor momentaneamente, mas depois ela volta, mais forte e dilacerante, porque a causa não foi combatida, apenas os sintomas. Estamos na UTI, em estágio terminal, por isso precisam parar de nos dar apenas morfina, precisam praticar algum medicamento mais eficiente. E rápido, antes que seja tarde demais.