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PSD E PMDB FECHAM ALIANÇA QUE UNE O PODER EM TORNO DE CANDIDATO
Domingo, 01 de Julho de 2012

E o show já começou. Quem assistiu às convenções partidárias que encerraram a semana em Blumenau, pôde perceber que, embora extraoficialmente, a campanha já teve início e os discursos já se inflamaram. Na quinta-feira, o PSDB homologou a candidatura de Napoleão Bernardes Neto à base de quentão e pinhão de graça para o público, em evento que congestionou a estreita rua do clube 25 de Julho. No sábado, foi o PSD que promoveu verdadeiro e concorrido espetáculo, no Vasto Verde, para oficializar Jean Jackson Kuhlmann como candidato do partido à prefeitura. A boca, neste caso, não era livre, e para consumir era preciso pagar. Mas teve direito a oratória afinadíssima de Renato Vianna (PMDB) e a presença sempre carismática do governador João Raimundo Colombo. No mesmo dia, o PT encerrou a safra das convenções consolidando Ana Paula Lima como aposta para o pleito de outubro. Os petistas reuniram sua militância no Grande Hotel.


As convenções, na verdade, não decidiram nada, apenas celebraram. As escolhas já estavam todas feitas e eram de conhecimento público, de forma que os eventos partidários serviram somente para oficializá-las e jogar luz sobre elas. A chamar a atenção, apenas o fato de que, até o apagar das luzes da ante-véspera, os tucanos ainda contavam como certo o apoio do PMDB, que, no entanto, acabou fechando com o PSD e colocou Lúcio Cézar Botelho como vice de Jean Kuhlmann. O partido era a noiva da eleição e sua decisão era o principal capítulo da novela eleitoral até o momento. Esta foi a cena mais emocionante da trama, na verdade a única surpreendente. Pelo menos para uma parte da audiência, pois, para outra, não houve surpresa alguma.


– Parece que por aqui (em Blumenau) ainda havia alguma indefinição, mas lá (em Florianópolis) nós já sabíamos do resultado – cutucou o presidente do PSD blumenauense, Nelson Marcelo Santiago, dando a entender que a costura do processo de fato deu-se pela cúpula, e não pelas bases.


Se isso é bom ou ruim não se pode saber, mas, na política, é comum, e, por mais que se fale em autonomia dos diretórios municipais, dificilmente os interesses da militância conseguem sobrepor-se aos da Executiva.


Renato de Melo Vianna, o caudilho imortal dos peemedebistas blumenauenses e artífice número 1 da aliança com os social-democráticos, procurou desmitificar esta visão, aproveitando o discurso irreparável, de político à moda antiga e tarimbado, para lembrar do contato que já tinha com os pais de Kuhlmann quando fundou o então MDB (hoje PMDB) em Blumenau, há quatro décadas.


–  Podem dizer o que quiserem, mas esta é uma aliança coerente, que nasce com o objetivo de manter um projeto vencedor, um projeto que vem demonstrando ser altamente eficiente na promoção do desenvolvimento da cidade – bradou Vianna, lembrando que o PSD (anteriormente DEM) e o PMDB estão juntos desde 2005, quando o prefeito João Paulo Kleinübing assumiu o poder a passou a contar com o apoio do então governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), numa relação que se manteve estável ao longo dos mandatos de ambos.  




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