Em julho do ano passado, o Análise em Foco mostrava como o descaso e o abandono estão levando ao chão um importante pedaço da história blumenauense (clique aqui, aqui, aqui e aqui para conferir). Agora, mostra que a visão de mercado, a vontade de investir e a pujança da economia local também podem fazer as coisas acontecerem no caminho contrário. O imóvel mostrado nas fotos acima, por exemplo, localizado nas proximidades da Ponte do Tamarindo, margem direita do rio ItajaÃ-Açu, está sendo restaurado por um empresário que instalará loja de móveis no local. O investimento, que ele não revela, fica na casa das dezenas de milhares de reais.
ConstruÃdo de 1898, o casarão está completando 114 anos e, assim, também é parte importante da história da cidade, fundada em 1850. No próximo domingo, portanto, quando Blumenau completar 162 anos de idade, terá na recuperação do imóvel um presente marcante. Que o fato possa estimular iniciativa semelhante na margem esquerda do ItajaÃ-Açu, onde o tempo está transformando em ruÃnas outro registro histórico da colonização e do difÃcil povoamento do Vale do ItajaÃ, cuja natureza selvagem e desafiadora impôs desafios contundentes aos migrantes alemães.
Afinal, desenvolvimento urbano e econômico caminham junto com preservação cultural e histórica. Foi assim que a Europa chegou à liderança sócio-econômica entre os continentes. Além da indústria e do comércio, fez do turismo um dos pilares mais sólidos da economia. E turismo sem preservação, só mesmo em paraÃsos artificiais como Dubai ou Las Vegas. Concepções que, pelo menos até o momento, estão bem longe de Blumenau. Melhor preservar, portanto, como está sendo feito na margem direita do ItajaÃ-Açu e deveria ser feito também na esquerda.