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URB PRODUZ NOVAS DORES DE CABEÇA EM BLUMENAU
Sexta-Feira, 21 de Dezembro de 2012

EDITORIAL AEF


Infelizmente, o ano termina de forma bastante desagradável para os blumenauenses, que, de um dia para o outro, viram a cidade novamente estampada nas principais manchetes do noticiário. Desta vez, contudo, por motivos bem menos nobres do que costumeiramente. Não foram os elevados índices de produtividade, as belezas naturais e arquitetônicas, a efervescência lúdica da Oktoberfest. Desta vez, infelizmente, Blumenau virou notícia após denúncias de supostas irregularidades na administração do município.


Desde que a operação Tapete Negro, deflagrada pelo Ministério Público estadual, colocou funcionários públicos e autoridades do primeiro escalão de governo no centro de uma investigação criminal, a sociedade blumenauense sentiu-se diante de um pesadelo. Um sonho terrível que não parece mais ter fim, com novos (e aterradores) elementos vindo à tona a cada dia. Nesta sexta-feira, por exemplo, o Jornal de Santa Catarina, que obteve acesso aos autos do processo, divulgou mais detalhes de como funcionaria o suposto esquema de desvio de verbas públicas (clique aqui e confira) em Blumenau.


Entre os nomes citados pelo MP como suspeitos, está o do prefeito João Paulo Kleinübing (PSD), infelizmente. Embora o Ministério Público ainda não tenha esclarecido exatamente de quê ele seria suspeito na investigação em curso, o fato de ser o chefe máximo do Executivo blumenauense pode colocá-lo como responsável de última instância por eventuais incorreções que venham a ser legalmente constatadas entre membros de sua equipe. Algo semelhante até já ocorreu em Blumenau, num passado recente, quando a mesma Urbanizadora de Blumenau (URB), foco das investigações atuais, rendeu muitas dores de cabeça e  uma acusação do MP ao ex-prefeito Décio Lima (PT). 


Caso Kleinübing seja flagrado ele próprio em alguma incorreção de ordem ética e/ou administrativa, no entanto, pode-se dizer que Blumenau terá vivido um dos piores pesadelos de seus 152 anos de história. Primeiro por que ver seu representante máximo envolvido diretamente em sujeira seria algo tão devastador para a moral dos blumenauenses, acostumados a ser referência para o Brasil, quanto um bombardeio aéreo sobre o centro da cidade. Segundo, por que este representante seria João Paulo Kleinübing, o homem que chegou ao fim de seu mandato recebendo honrarias de estadista na cidade que administrou – clique aqui e confira 


Cães perdigueiros do MP


Só a Justiça poderá dizer se há ou não culpados nessa história toda, vale reforçar. Mas não se pode querer desejar, no entanto, que tudo o que está sendo afirmado agora pelos promotores venha a ser posto em xeque pelos magistrados. Afinal, é dever e obrigação do Ministério Público fazer o que está fazendo. Promotores devem, sim, agir como cães perdigueiros, fuçando e farejando a carniça onde ela estiver.


Para a alma e o ego da população blumenauense, contudo, seria importante que os suspeitos de envolvimento com o suposto caso de improbidade administrativa pudessem provar que não há irregularidades. Que pudessem, em sua defesa, apresentar provas de que trataram com zelo e correção o dinheiro público. Afinal, ninguém fica feliz ao saber que foi roubado.


Se, no entanto, realmente houver culpados nessa história, que eles sejam justa e exemplarmente punidos. A sociedade não pode mais tolerar a falta de compromisso e ética de seus representantes para com a gestão da coisa pública. Homens públicos precisam aprender a respeitar aos cidadãos que representam, aos eleitores que conquistam. Dinheiro público deve ser revertido em prol do bem social, não de interesses particulares.  


Que a razão esteja com os homens da toga, portanto, quando as denúncias do MP forem apresentadas à Justiça. Tanto para evitar que inocentes sejam injustamente condenados quanto para impedir que eventuais culpados permaneçam impunes. Juízo, portanto, senhores.




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