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QUAL A MELHOR POSIÇÃO PARA NOVA PONTE?
Quarta-Feira, 23 de Janeiro de 2013

Cada gestão tem seus erros e acertos, e é a ponderação das médias obtidas em cada item que dá a exata noção da qualidade de um governo. A administração do ex-prefeito João Paulo Kleinübing (PSD), por exemplo, teve os aspectos negativos que todos conhecem bem, culminado com os episódios da fatídica operação Tapete Negro, no final de 2012. Mas Kleinübing e sua equipe também produziram muitos fatos positivos, é preciso reconhecer. Avançou-se em algumas áreas, como saúde, educação e infraestrutura, e o servidor público ganhou um plano de carreira. Somando, dividindo e multiplicando seus erros e acertos, portanto, chega-se ao verdadeiro nível de qualidade de gestão de JPK, assim como de qualquer outro que o antecedeu.


Napoleão Bernardes (PSDB), que ainda não completou um mês de governo, teve pouco tempo para colocar erros e acertos na balança, por isso ainda é difícil avaliar sua gestão. Entre os aspectos positivos de seu trabalho (que, pela brevidade, ainda está livre de apontamentos negativos mais salientes) até o momento, está o debate suscitado em torno da nova ponte a ser construída no Centro de Blumenau – com financiamento viabilizado por Kleinübing, aliás. O tucano acabou fazendo o que se espera de um gestor público na condução de questões polêmicas: abriu a discussão novamente e chamou especialistas para debater.


A ideia inicial, de colocar uma ponte suspensa entre a avenida Castelo Branco (Beira-Rio) e o bairro Ponta Aguda, seria um desafio para o já conturbado trânsito da região central da cidade, acreditam alguns. Para colocá-la como um prolongamento da avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras) até a Prainha, como preferem outros, precisaria de um tipo de estrutura com maior interferência no leito do rio, o que preocupa os ambientalistas. E assim, sucedem-se os prós e contras de cada uma das propostas apresentadas.


Portanto, nada melhor do que debater o assunto exaustivamente. Na pior das hipóteses, Bernardes terá lavado as mãos, se algo der errado com a localização da nova estrutura. Na melhor delas, se houver mudança e ela for positiva, posará de estadista democrático e vitorioso. No fundo, o prefeito está mostrando que não é bobo. Só tem que tomar cuidado para não perder muito tempo com discussões que não cheguem a lugar nenhum, é preciso racionalizar o processo.


Solução  verdadeira


Lembrando que a verdadeira solução para os problemas do trânsito na região central de Blumenau não está só na construção de uma ponte aqui e outra acolá. É preciso tirar do papel os anéis periféricos e, principalmente, a ligação Velha-Garcia, que desviaria metade do fluxo de automóveis do Centro da cidade. Neste sentido, as notícias que emanam da praça Victor Konder também são positivas, vindas do secretário de Planejamento Urbano, Alexandre Gevaerd, que reconhece a importância da obra e mostra desejo em tirá-la da gaveta. Ou pelo menos batalhar por isso.


Que o prefeito Napoleão Bernardes some mais pontos a favor do que contra até o fim de seu mandato, portanto, afinal isso fará bem para a cidade e todos que vivem nela.


Debate qualificado


(Com informações da assessoria de imprensa da PMB) 


Aproximadamente 50 profissionais (entre engenheiros, arquitetos, urbanistas e pessoas ligadas ao meio ambiente), reunidos na tarde da última terça-feira, participaram da segunda reunião promovida pela Prefeitura de Blumenau,  que procura aprofundar o debate sobre local e projeto da nova ponte a ser construída no Centro da cidade.


O encontro foi realizado no salão nobre da prefeitura e aberto pelo prefeito. Na sequência, o secretário de Planejamento Urbano explicou as opções e comparou pontos positivos e negativos de cada uma.


O engenheiro civil Luiz Carlos Gulias Cabral, especialista em pontes, esteve presente na reunião e ressaltou a importância de promover debates sobre o tema:


– Acredito que a construção da ponte requer mais estudos para sua viabilização.


Para outro especialista em estruturas, um estudo mais aprofundado pode levar a mais economia de recursos e melhor eficiência do projeto.


– Devemos optar por soluções com critério, levando em conta a funcionalidade, além do meio onde será inserida – reforça Perci Odebrecht.


Financiamento internacional


A nova ponte do Centro será financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem custo previsto de R$ 48,8 milhões. O projeto executivo deve ser entregue até outubro deste ano e a ponte, conforme contrato, precisa ficar pronta até meados de 2017. Os encontros sobre o assunto continuarão nas próximas semanas, culminando com uma audiência pública na Câmara de Vereadores, em data a ser marcada.


 




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