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FÓRUM PARLAMENTAR PRODUZ LEVANTAMENTO SOBRE EMBRIAGUÊS AO VOLANTE
Sexta-Feira, 22 de Março de 2013

O Fórum Parlamentar de Combate e Prevenção às Drogas, presidido pelo deputado estadual Ismael dos Santos (PSD), concluiu interessante estudo sobre a combinação álcool e direção nas estradas de Santa Catarina. Foram analisados números apurados junto ao Detran, guardas municipais, polícias Civil, Militar e Rodoviária, Tribunal de Justiça e Ministério Público. O relatório completo apresenta, em 39 páginas, estatísticas detalhadas de cada município, nos últimos cinco anos.


– Os números são impressionantes. Nos poucos municípios que dispõem de estrutura mínima, o número de autuações mostra que os motoristas continuam arriscando a vida após ingerir bebidas – analisa o presidente do Fórum Parlamentar.


Segundo ele, 31 motoristas são flagrados por dia ao dirigirem alcoolizados. Condutores que, independentemente da gradução alcoólica, acabam não passando no teste do bafômetro. Destes, sete são denunciados, diariamente, pelo Ministério Público, por crimes relacionados à combinação álcool e direção.


O Fórum analisou as ações dos agentes de fiscalização, policiais militares, guardas de trânsito e polícias rodoviárias estadual e federal, identificando o número de infratores e o total de bafômetros disponíveis em cada cidade do estado. O levantamento apurou também as implicações administrativas, como suspensão das CNHs, e criminais, como as condenações criminais nas diversas comarcas espalhadas pelo estado.


O presidente do Fórum Parlamentar de Combate e Prevenção às Drogas defende o aumento do número de bafômetros utilizados nas estradas de Santa Catarina, como forma de coibir o abuso de álcool ao volante.


Cerco à irresponsabilidade dá resultado


O trabalho efetuado por Ismael dos Santos e seus colegas do Fórum Parlamentar traça um diagnóstico que merece atenção por parte das autoridades. Basicamente, permite concluir que a adoção de políticas mais ostensivas de combate à embriaguês ao volante pode, sim, dar resultado. Afinal, se apenas 73 dos 295 municípios catarinenses têm bafômetros (embora em número insuficiente)  e os números já chegam a tal proporção, imaginemos a onde se pode chegar caso mais cidades do estado sejam aparelhadas com o dispositivo e aquelas que já o tem os recebam em maior quantidade.


Um detalhe importante neste contexto e que precisa ser relevado na hora de formular políticas públicas para o setor é o fato de que parte dos flagrantes registrados através dos aparelhos ocorre após a ocorrência dos acidentes, quando os envolvidos acabam submetidos ao teste. É preciso, então, investir tanto na aquisição de novos bafômetros quanto na intensificação de seu uso, que deve ser mais preventivo do que combativo.


Custo-benefício


Lembrando ainda que o custo de um bafômetro é praticamente insignificante perto do prejuízo astronômico que a cadeia dos acidentes – indenizações, faltas ao trabalho, distúrbios ao trânsito, mobilização de autoridades, atenção hospitalar, etc – causa à economia do país e aos cofres públicos. Dos modelos mais simples aos mais sofisticados, os aparelhos que medem a escala de álcool no sangue custam em média R$ 500,00, bem menos do que um único acidente causado por embriaguês ao volante. Muitíssimo menos, aliás.


Vale lembrar também que motoristas bêbados arriscam a vida dos outros, não apenas a sua. Não raramente se vê o responsável por um acidente grave saindo vivo da tragédia,  enquanto quem não tinha nada a ver com ela acaba se tornando uma vítima fatal.   


Assim, que os gestores públicos analisem com atenção os dados produzidos pelo Fórum Parlamentar, e pensem seriamente na possibilidade de intensificar a fiscalização nas estradas, ruas e rodovias de SC. Certamente seria um bom investimento. Pensem nisso, portanto, senhores.




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