Não é de hoje que o Análise em Foco vem chamando a atenção para o evidente colapso da capacidade produtiva do Brasil. Para um paÃs que entregou-se irresponsavelmente a uma farra proselitista, bancada à s custas do dinheiro público, seria ingenuidade demais acreditar que o “milagre econômico†promovido pela distribuição de pão e circo ao povo fosse longe o suficiente. Com os fundamentos administrativos, estruturais, fiscais e financeiros da nação carcomidos pelos vÃcios de gestão que marcam a administração pública na Terra de Cabral, não se poderia esperar outro resultado que não fosse o atolamento – novamente diagnosticado pelos números de geração de emprego em julho, recentemente divulgados. Levaram o Brasil para o banhado, não para o asfalto. E o pior: com pneus carecas, num dia de chuva. Uma falha de comando que agora custa caro.
Neste cenário, será sempre oportuno destacar os efeitos nocivos da torrefação de dinheiro público em que se transformaram as polÃticas assistencialistas em curso. A esta altura do campeonato, elas já funcionam mais como uma fábrica ensandecida de votos do que como uma ferramenta de desenvolvimento econômico e social. Quando os veÃculos de comunicação mais azeitados pela bilionária publicidade oficial entregam-se a destacar que a aprovação da presidenta Dilma Rousseff (PT) subiu dois ou três pontos percentuais e chegou a nada gloriosos 38%, portanto, esquecem de mencionar que na faixa de cidadãos que aprova Dilma está incluÃda a significativa parcela da população que recebe algum benefÃcio financeiro do governo. Bolsa isso, bolsa aquilo, crédito para estudar mesmo aprendendo pouco, isenção de imposto para comprar TV de plasma, financiamento consignado para consumir à vontade. Cortem estes programas e vejam se as pesquisas chegarão aos mesmos resultados.
O próprio crescimento residual do paÃs, que, aos trancos e barrancos, consegue manter o PIB à direito do zero, é altamente dependente da torrefação de recursos públicos. O Brasil está deixando de ser competitivo no mercado externo e ficando cada vez mais dependente da venda de soja e minério de ferro para a China, assim como da impressão de tÃtulos públicos pelo governo. Uma combinação de fatores que, definitivamente, não tem como acabar bem, qualquer observador menos qualificado poderia perceber isso.
Fornalha cambial
Ante a este quadro, muita gente agora está resolvendo pegar seu dinheiro e ir embora daqui, antes que a casa caia. Como este movimento gera uma corrida um tanto irracional pela compra de dólares (há sempre alguém com medo de ficar sem moeda estrangeira caso as reservas cambiais do paÃs se esgotem), o valor da divisa norteamericana disparou e fez o Banco Central recorrer à queima de reservas para aumentar a oferta de dólar no mercado e segurar sua cotação diante do real. Serão U$ 60 bilhões até o fim do ano, segundo o BC. A grande dúvida, agora, é saber quais os efeitos dessa fornalha cambial para a economia e a inflação.
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