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AGONIA EM SANTA CATARINA
Sábado, 05 de Outubro de 2013

Com despesas em alta e arrecadação em baixa, o dinheiro está começando a faltar e a crise dá seus primeiros sinais visíveis de aparição. Santa Catarina, por exemplo, que perdeu muita renda – cerca de R$ 1 bilhão – com a unificação do ICMS no Brasil e ainda precisou aumentar a folha de pagamento com reajustes salariais decididos em nível federal (como o dos professores), está à beira do colapso. Com dificuldades financeiras graves, está com perspectivas reais de cortar investimentos e atrasar o pagamento de servidores, em caso de uma deterioração ainda mais severa do quadro. É a última coisa que deseja o governador Raimundo Colombo (PSD), mas, neste momento, é possibilidade real, infelizmente.


Alguns gastos do estado já foram cortados, prejudicando fornecedores e prestadores de serviço, que, com menos dinheiro no caixa, também começam a cortar despesas e a contratar menos, num ciclo negativo que prejudica a economia como um todo. 


O principal problema de SC, que contava com a reação de sua pujante indústria e seu vigoroso comércio para compensar a perda do ICMS dos portos, é que a arrecadação não cresceu no volume esperado. E não cresceu porque o PIB não avançou como deveria avançar, porque as empresas catarinenses não produziram como se esperava que produzissem, porque o caixa das fábricas não tilintou na velocidade que deveria tilintar. Caso o Brasil crescesse a níveis asiáticos (próximo a dois dígitos), ou pelo menos mais perto disso, não se estaria falando agora em dificuldades financeiras.


Mas um país que prefere transferir renda e gerar crescimento na base da força, e não de reformas estruturantes, realmente não tem condições de sonhar com um crescimento mais acelerado. Assim, seguirá com seus voos de galinha, vivendo a frustração de um pouso forçado a cada tentativa de chegar ao alto de uma árvore. E ainda há quem comemore, lá em Brasília. Pelas bandas do Cerrado, pelo jeito, a crise nunca chega, o dinheiro nunca falta. Sabemos muito bem porque, não é, senhores?




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