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POLÃTICAS DE COMBATE AO CRACK AVANÇAM, MAS AINDA SÃO INSUFICIENTES
Sexta-Feira, 25 de Julho de 2014

A Prefeitura de Blumenau divulgou nesta sexta-feira o recebimento de duas viaturas que irão reforçar os trabalhos desenvolvidos pelo programa “Crack: é Possível Vencerâ€. Além dos dois veículos, que ficarão à disposição da Polícia Militar até que as bases de vigilância e apoio estejam implantadas no município, o Ministério da Justiça também fez a doação de 50 armas de condutividade elétrica (choque não letal) e 150 spray de pimenta. Compõem ainda a lista de doação duas motocicletas, que devem chegar nos próximos dias ao município.


Gerenciado pela Secretaria de Defesa do Cidadão (Sedeci), o programa funciona desde agosto de 2013 no município, em parceria com outras secretarias e organizações. O objetivo é prepar a cidade para enfrentar o problema das drogas, que hoje tem no consumo de crack um de seus maiores dramas. 


No ano passado, Blumenau estabeleceu o Comitê Gestor Anti-Drogas e o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas. A proposta é unir diferentes setores na busca de soluções para o problema, que há muito tempo tornou-se questão de saúde pública no país. Enfrentá-lo, portanto, é necessidade urgente para a construção de  uma sociedade mais sadia, segura melhor para se viver.


Neste sentido, vale reconhecer tanto o esforço do Governo Federal, ajudando os municípios a reforçarem sua estrutura de atuação no combate ao problema, quanto o da administração municipal, que, no caso de Blumenau, parece estar atenta a ele e ciente da necessidade de atacá-lo.


Força-tarefa


É imperativo observar, contudo, que não será apenas o reforço do aparato policial que amenizará o drama social em que se transformou o consumo de crack pelas ruas e becos escuros das cidades brasileiras. É preciso ir muito além disso. É preciso que, além dos aparelhos de repressão ao tráfico e ao consumo, seja estabelecido também um conjunto interdisciplinar de apoio aos usuários e suas famílias, quando eles as têm.


É preciso uma verdadeira força-tarefa composta por psicólogos, agentes de saúde, médicos, hospitais, instituições de ensino, mercado de trabalho. A possibilidade de internação para desintoxicação deve estar prevista; o acompanhamento psicológico do usuário e de seus familiares deve ser acessível; a oportunidade de trabalho e/ou estudo deve ser real e atraente, para quem consegue pelo menos iniciar a recuperação.


Sem isso, as ações voltadas à resolução do problema se transformarão em só mais uma boa oportunidade para quem faz negócios com o governo e se locupleta na hora de vencer licitações para fornecer produtos e serviços.


Abram o olho, portanto, senhores, e façam a coisa como ela deve ser feita.




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