No próximo dia 17 a prefeitura de Blumenau entrega oficialmente o Complexo Viário Bernardo Wolfgang Werner, mais conhecido como Complexo do Badenfurt, ou simplesmente Ponte do Badenfurt.
– Não haverá uma inauguração formal, mas uma data de lazer especial para que a comunidade conheça este importante complexo – observa o secretário de Comunicação, Raimundo Mette, que coordena a organização do evento.
O prefeito Napoleão Bernardes, esclarece o secretario, optou por inaugurar a obra sem as tradicionais pompas e discursos oficiais, trocando-os por um evento mais festivo e agradável, voltado para a comunidade. No local, a partir das 8h, haverá diferentes opções de lazer, como caminhada (liberada para animais de estimação), passeio ciclÃstico, jogos, apresentações artÃsticas e serviços na área de saúde, entre outras atrações.
A obra
O complexo viário que ligará os bairros Passo Manso e Badenfurt, encurtando distâncias entre as regiões Norte e Oeste da cidade e facilitando o acesso ao centro de Blumenau, soma investimentos de R$ 44 milhões. Deste valor, R$ 30 milhões foram captados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), com prazo de pagamento de 20 anos. Outros R$ 10 milhões, a fundo perdido (sem necessidade de pagamento), foram obtidos junto ao governo do estado e R$ 4 milhões vieram do caixa do próprio municÃpio. O secretário municipal de Planejamento, Alexandre Gevaerd, prevê que o tráfego no complexo viário fique em torno de 20 mil veÃculos por dia.
O novo equipamento urbano tem 1,8 mil metros de extensão, sendo 362 metros de ponte sobre o rio ItajaÃ-açu, estendendo-se por uma nova via expressa com duas pistas e marginais. Estas, por sua vez, avançam sobre o Ribeirão do Texto através de uma segunda ponte, com 80 metros de extensão. O sistema inclui ainda um viaduto. A via prossegue até a BR-470, no trevo de acesso ao municÃpio de Pomerode, com passeio público e ciclofaixa.
(Com informações da assessoria de imprensa da PMB)
OPINIÃO DO PORTAL
O complexo viário do Badenfurt, além de uma importante solução de mobilidade urbana para a cidade e a região, é também um ótimo exemplo de como as coisas funcionam melhor quando diferentes instancias de poder e a sociedade dão as mãos, unindo esforços na busca dos resultados que podem melhorar a qualidade de vida da população.
A obra da região Norte de Blumenau começou a ganhar forma com o esforço fiscal do ex-prefeito João Paulo Kleinübing, que administrou a cidade entre 2004 e 2012, organizando as contas do municÃpio e formulando bons projetos de captação de recursos para investimentos em infraestrutura – tanto o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) quanto o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) estão financiando obras na cidade.
O novo prefeito, ao assumir, deu continuidade ao projeto (virtude a ser reconhecida num lugar onde à s vezes o gestor que entra decide fazer tudo diferente do que sai), manteve as contas do municÃpio em dia e alimentou boa relação com o governo do estado, que foi parceiro da obra injetando recursos através de renúncia fiscal. Napoleão Bernardes e sua equipe tiveram ainda o mérito de conduzir bem a execução dos trabalhos, que, aparentemente, ficaram muito bem feitos – restando esperar para ver se o equipamento resistirá ao intenso fluxo de veÃculos que espera por ele.
O Complexo do Badenfurt tem ainda uma peculiaridade que faz dele um exemplo: a participação da iniciativa privada, que injetou recursos diretamente na obra, obtendo posterior abatimento de impostos estaduais. Foi a forma encontrada pelo governo do estado para driblar a escassez de recursos e conseguir investir no projeto. Não se pode deixar de reconhecer também, portanto, a postura inteligente do governador Raimundo Colombo, que soube colocar o funcionamento da máquina pública a serviço do interesse público e assim ajudou a viabilizar a execução da obra.
Um conjunto de iniciativas que suscita a seguinte reflexão: já imaginou se o governo, em todas as instâncias (municipal, estadual e federal), utilizasse o expediente com mais frequência na hora de gerir recursos públicos? Se o nosso dinheiro, em vez de passar pelo funil cheio de buracos da administração pública, fosse parar diretamente nas frentes de trabalho e nos serviços que servem ao cidadão? Pela forma como a coisa funcionou no caso do Badenfurt, realmente é de inquietar (e instigar, sobretudo) imaginar tal possibilidade. Dá até para pressupor que se fosse sempre assim, seria bem melhor.